segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Praça Fulano de Tal.

Aqui numa praça qualquer...
pequena cárie do asfalto tóxico,
por onde recicla-se uma mísera porção de ar,
onde pombas deixam de ser ratos por instantes,
onde o alimento dos pássaros é quase natural,
onde calçadas tomam formas variáveis,
onde dormem à sombra os moribundos,
onde a sós conversam os esquizofrênicos,
onde passam aos milhares os atrasos diários,
onde circulam, geralmente em duplas, os porcos,
onde além das margens alimentam-se os ônibus,
onde bebem logo cedo os gazeadores,
onde aviões distribuem maconha estragada,
existe uma escultura de um dorso, completamente pixada,E uma placa que diz: Guia e coleira para o tempo, para controlar o desafeto opcional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário